ORIGEM DOS SOLOS DO “ARENITO CAIUÁ” E A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO NOROESTE DO PARANÁ
Givan Líbero da Silva*
Maria Felomena Alves de Oliveira Sandri*
Marilza Aparecida Dias Ferreira*
* Trabalho apresentado nas disciplinas de Geologia Ambiental, do Curso Técnico em Meio Ambiente do Instituto Federal do Paraná - IFPR, pelos integrantes da ADEMA.
INTRODUÇÃO
A Bacia Geológica do Paraná, é uma bacia sedimentar situada na porção centro-leste da América do Sul, cituada no centro-sul do Brasil, passando pelo estado do Mato Grosso até o estado do Rio Grande do Sul, com 75% de sua distribuição areal.
No Cretáceo ocorreu a ruptura do mega continente Gondwana com a separação da atual América do Sul e a África, e a formação do Oceano Atlântico Sul, que promoveu a liberação de magma, formando extensos derrames de lavas basálticas sobre as unidades sedimentares paleozóicas, atualmente, as famosas “terras roxas” com solos de alta fertilidade agrícola.
Sobre estas rochas, no Noroeste do Estado, ocorrem os chamados arenitos Caiuá da Bacia Bauru, também formados em ambiente desértico ao final do Cretáceo compostos pelo Grupo Caiuá, que compreende as formações Rio Paraná e Goio-Erê, sistema deposicional eólico, proveniente do deserto Caiuá.
A decomposição dos arenitos Caiuá formaram solos muito suscetíveis à erosão e pobres do ponto de vista agrícola, podendo provocar a desertificação, quando não forem submetidos a intervenções adequadas.
A DESERTIFICAÇÃO EM SOLOS ARENOSOS NA AMERIOS
Após a ruptura do Gondwana e a formação do Oceano Atlântico (Fig. 01) , a borda leste do Brasil passou a subir lentamente, devido aos movimentos tectônicos
Fig. 01 - Gondwana e a formação do Oceano Atlântico |
ascensionais, causados pela separação continental e a evolução da Cordilheira dos Andes, fizeram com que os rios corressem para o interior do continente, entre eles os rios da região Noroeste do Estado. A bacia do Paraná (Fig. 02) compreende o Segundo e o Terceiro Planalto Paranaense, é uma bacia sedimentar, pertencente à mesorregião do Noroeste Paranaense.
Fig. 02 - Localização da Bacia do Rio Paraná - Mapa Geológico - Paraná |
A mesorregião do Noroeste Paranaense foi originalmente recoberta pela Floresta Estacional Semidecidual Submontana, mas depende hoje, diretamente da natureza dos solos para sua conservação e aproveitamento para a formação das cidades ou para a utilização pela agricultura.
O desenvolvimento da região está diretamente ligado ao uso do solo e para o correto entendimento, a Educação Ambiental é essencial. O conhecimento da sua origem e composição, de extrema importância, está diretamente relacionado com a permeabilidade e a capacidade de infiltração, e estes com a declividade, cobertura vegetal (que regula e controla o escoamento em superfície) e tipo de manejo (que favorece ou obstrui o escoamento), que podem levar a degradação ambiental.
Em solos cobertos pela vegetação a erosão é muito pequena e quase inexistente, mas é um processo natural para a formação dos relevos, para a qual devem ser adaptadas práticas de conservação de solo. A erosão na região é uma ameaça constante, pois são solos com alta suscetibilidade que, devido a sua fragilidade e manejo encontra-se em adiantado grau de degradação física e química com níveis críticos de matéria orgânica, que podem tornar-se severa ou levar a desertificação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A compreensão do ambiente natural e geológico é fundamental para os projetos físico das cidades e diretamente ligado aos usos do solo, na área rural e não é diferente na região Noroeste do Paraná, que enfrenta a ameaça constante pelos processos erosivos, devido à característica do solo regional, o Arenito Caiuá.
A intervenção do homem no meio ambiente seja com o desmatamento ou pela impermeabilização do solo através da pavimentação de grandes áreas, tem resultado alterações profundas nas características regionais, levando a degradação ambiental.
Estudando-se a formação geológica e a ocupação humana do noroeste paranaense observa-se que falta comprometimento com o meio ambiente.
Somos um deserto "verde" de cana, cana, cana....
Retornaremos a ser deserto???
REFERÊNCIAS
IAPAR – Informe de pesquisa – Londrina - Ano XVII – nº132 – Set/99 – Arenito Caiuá – Capacidade da lotação de pastagens – José Pedro Garcia Sá e João Henrique Caviglione.
CPRM – Serviço Geológico do Brasil – Geologia da Borda Sudoeste do Paraná: In , 2011.
UNIPAR - Avaliação das áreas permeáveis como subsídio ao planejamento de áreas verdes urbanas de Umuarama Pr. - Alexander Fabbri Hülsmeyer e Raquel Cristina de Araújo e Souza.
WIKIPÉDIA – Erosão in < http://pt.wikipedia.org/wiki/Eros%C3%A3o>, 2011.