domingo, 2 de novembro de 2008

RESÍDUOS LÍQUIDOS DE MEDICAMENTOS

Atualmente existem alternativas para o tratamento de esgotos hospitalares e de suas principais fontes de contaminação, concluiu a pesquisa do Hansruedi Siegrist e Adriano Joss, do Departamento de Engenharia da Eawag - Instituto Federal Suíço de Ciência Aquática e Tecnologia.

É o caso da urina, que por estar repleta de medicamentos e hormônios excretados, precisa ser tratada separadamente. Isso leva à diminuição dos níveis de contaminação do esgoto por essas substâncias, facilitando seu tratamento.

Atualmente, residuais de medicamentos podem ser detectados na água. Nesse caso, qual deveria ser o desempenho dos processos de tratamento de efluente?

Na União Européia, estão registrados em torno de 100 mil produtos químicos distintos, dos quais aproximadamente 30 mil são vendidos em quantidade superior a uma tonelada. É inevitável que durante a produção e disposição final, assim com em sua utilizaçao, parte dessas substâncas seja transferida ao ambiente.

Através de modernos métodos analíticos são encontradas cada vez mais combinações dessas substâncias, em concentrações muito baixas (microgramas e nanogramas por litro) na água, efluentes e lodo, denomiandas microcontaminações.

Fazem parte dessa relação produtos como o pesticida ATRAZINA, o aditivo para plásitico BISPENOL/A e o aditivo para combustível metil-t butil-metil-éter, além de diversos medicamentos de uso diário.

São utilizadas atualmente na União Européia cerca de 3300 substâncias diferentes como medicamentos. Em quantidades significativas são encontrados os princípios ativos utilizados em analgésicos, antibióticos, antidiabéitcos, betabloqueadores, anticoncepcionais, redutores de lipídios, psicofármacos ou citostáticos, entre outros.

Geralmente , os medicamentos chegam ao sistema de esgoto através da urina ou fezes. Mas uma parcela não -desprezível dos medicamentos contidos no esgoto é inserida através de descarte incorreto pela bacia sanitária.

Um estudo alemão investigou a ocorrência de 55 princípios ativos de medicamentos e nove metabólitos no efluente de 40 estações de trataemnto de esgoto. Foram detectados 36 princípios ativos e cinco metabólitos, em concentrações de vários ug/L, por exemplo betabloqueadores e antiepiléticos.

Além disso, novos aspectos ambientais, como a feminilização dos peixes, têm provocado discussões.

Isso tem sido atribuído em parte à introdução crônica de substâncias endócrinas compostas, não apenas dos hormônios próprios do corpo excretado peal urina e fezes, mas de anticoncepcionais e antidiabéticos, outros medicamentos utilizados como redutores de nível de colesterol e asma, possuem além do seu efeito principal um efeito hormonal.

Entretanto, para a mairoia dos medicamentos não são conhecidos efeitos endócrinos. Entretano, é possível que eles nunca tenham sido testados quanto a eventuais efeitos hormonais.

Por isso, não se pode excluir a possibilidade de que o grupo dos princípios ativos de medicamentos com efeitos colateriais hormonais indesejados seja muito maior do que o presumido.



Ações na fonte da ETE.

Muitos princípios ativos de medicamentos ou seus produtos de decomposição excretados representam substâncias polares, cuja decomposição biológica é difícil ou então impossível, além de também não sorver em partículas. Ao passarem pela estação de tratamento de esgoto, essas substâncias praticamente não são eliminadas e chegam às águas juntamente com o efluente da estaçao de tratamento.

Esse problema sómente pode ser resolvido definitivamente por medidas na fonte e ações de polimento nas Estações de Tratamento de Esgoto - ETE.

Ações na produção - controle da fonte


Rótulo ambiental para medicamentos: dificilmente um medicamento será proibido por não ser biodegradável. Na Suécia, entretanto, com auxílio da indústria química, foi introduzido um rótulo ambiental, que possiblita ao médico e ao pciente esclher o medicamento mas amigável ao meio ambiente, quando existirem medicamentos de ação semelhante.

Melhoria da avaliação ambiental: até então, a avaliação ecotoxicológica de uma sûbstância química geralmente se baseava na determinação da toxicidade aguda ou c´rônica em sistemas ambientais. Entretanto, é preciso dar atenção especial às substâncias utilizadas devido ao seu efeito hormonal, bem como aquelas que possuem um efeito hormonal colateral. Deve-se considerar que substâncias hormonalmente ativas podem ter efeito em concentraçoes baixas. Além disso, na estimativa da concentração de tais substâncias nas águas, deve ser considerado seu comportamento na estação de tratamento de esgoto, assim com o consumo sazonal dos medicamentos, o que nem sempre é fácil.

Proibição de substâncias não degradáveis, que sejam utilizadas em contato direto com a água, como produtos para lavagem, limpeza e cuidados com o corpo.


Separação de efluentes muito contaminados.

Esgoto hospitalar: é tratado separadamente por estar geralmente contaminado com medicamentos. Além disso, parece haver o risco da formação de bactérias mais resistentes em razão da presença de antibióticos; também á mais bactérias multi-resistentes do que em esgotos domésticos. Por isso, deve ser considerado um tratamento separado dos esgotos hospitalares. Por ex. através de membrana biológica para separação dos microorganismos, seguido de ozonização do efluente. Depois de tratado, o efluente limpo pode ser parcialmente reutilizado reduzindo gastos com água e esgoto.

Urina: como os medicamentso e os horônios são excretados em grande parte pela urina, o tratamento separado da ruina reduziria fortemente a poluiçao do esgoto por medicamentos.

Pré-tratamento e infiltração da água pluvial: uma condução separada com um eentual pré-tratamento em caso de contaminção intensa, por ex. água da rua, e infiltração aou adução direta reduzem tanto a contaminação por metais pesado squanto a carga de poluentes orgânicos no esgoto e no lodo gerado no tratamento.

Medidas adicionais no tratamento de esgoto

A introdução das "medidas na fonte" apresentadas pode levar muito tempo e, portanto, faz sentido continar procurando alternativas de tratamento físico-químico-biológico. Estas medidas técnicas, no entanto, não podem substituir as medidas na fonte.

Fonte: Revista Hidro - Aranda Editora - Ano II - N.° 19 - Maio 2008.