Parque Municipal dos Xetá
Coluna Italo - 26/02/2010
" Há exatos dezoito anos, num dia 26 de fevereiro como este, a Prefeitura de Umuarama e a Associação de Defesa do Meio Ambiente (Adema) inauguravam na entrada principal do Bosque do Índio a Sala Aré de Educação Ecológica. Como tradicionalmente acontece em eventos como estes, houve comemoração festiva e as inevitáveis promessas de que naquele local seriam ministradas palestras, cursos e outras atividades de cunho ecológico, bem como da cultura dos primeiros habitantes desta região, a tribo Xetá, todas voltadas para a comunidade, especialmente para o público estudantil."
REPORTAGENS DO BOSQUE XETÁ,
HISTÓRICO DE REPORTAGENS,
AO LONGO DOS ANOS NOS JORNAIS DE UMUARAMA
Umuarama, Sábado, 10 de Junho de 2000
|
Perigo
Fogo
também atinge Bosque do Índio
UMUARAMA
Da Redação do Ilustrado
No início
da noite de ontem, soldados do Corpo de Bombeiros e Policiais Militares,
auxiliados por homens da Guarda Municipal controlaram um princípio de incêndio
no Bosque do Índio.
O fogo
começou por volta das 19h30 e foi percebido por uma pessoa que caminhava pelo
Bosque, que comunicou os Guardas Municipais que estavam no local. O Corpo de
Bombeiros foi localizado e em menos de uma hora as chamas foram controladas. O
fogo estava localizado cerca de 50 metros dentro da mata.
Quando os
Bombeiros chegaram ao local, o foco ainda era pequeno e, usando bombas costais,
os soldados conseguiram debelar as chamas. Minutos depois, um novo foco teve
início alguns metros à frente do primeiro. Foi preciso utilizar mangueiras para
controlar as chamas, que começavam alcançar as copas das árvores.
Com o
clima seco, as folhas que caem das árvores transforma em material de alta
combustão. Uma bituca de cigarro acessa atirada no meio da mata pode provocar
uma tragédia sem presedentes na história de Umuarama. O Bosque do Índio, uma
área de mais de 10 hectares, está localizada numa região central da cidade.
Umuarama, Domingo, 24 de Outubro de 1999
BOLA
PRETA
Bosque
do Índio
Há
algumas semanas esta coluna fez registro sobre a falta de segurança no Bosque
do Índio, que afujentou as pessoas que costumavam fazer cooper no local. O
assunto foi parar na Câmara Municipal, através do vereador Marcelo Nelli, que
cobrou soluções por parte das autoridades policiais e dos políticos. O vereador
denunciou que o bosque tornou-se uma das áreas mais perigosas da cidade.
Umuarama, Terça-feira, 28 de Setembro
de 1999
BOLA
PRETA
O
índio do bosque
Esta
coluna já alertou anteriormente e repete dose: a escultura localizada na
entrada do Bosque do Índio, construída em homenagem à tribo Xetás (que habitou
Umuarama no passado), está ameaçada de ruir. O próprio autor da obra, escultor
Utrabo, disse que o monumento precisa de recapeamento com material especial,
pois está se deteriorando com as chuvas, ventos e raios solares. Se não forem
tomadas as medidas necessárias, um dia o índio cai...
Umuarama, Quarta-feira, 10 de
Novembro de 1999
Segurança
no Bosque
Bola
branca para a Guarda Municipal de Umuarama, que mantém policiais no Bosque dos
Xetás, proporcionando segurança aos umuaramenses que diariamente comparecem ao
Bosque do Índio para fazer caminhadas. A presença de policiais fardados no
local inibe a ação de marginais.
Os leitores do “Umuarama
Ilustrado”puderam conhecer a triste realidade do meio ambiente, totalmente
abandonado à mercê dos depredadores: a reportagem de ontem, assinada
pelo jornalista Osmar
Nunes, mostrou detalhes incontestáveis da situação caótica que predomina nos
rios que cortam a geografia do município, desprotegidos e castigados pela
população. Na semana passada a Coluna ITALO mostrou o abandono e o descaso que
tomam conta do interior do Bosque do Índio, onde o Córrego Mimosa está completamente poluído e exibe águas
podres e fétidas. Ao contemplar esse dramático cenário, que pode ser observado
por todos os lados, é inevitável a incômoda pergunta: porque a rigorosa e permanente
Fiscalização aplicada à poluição sonora na cidade também não é feita em cima daqueles que
poluem os nossos rios?
SOS:
Salvem as águas de Umuarama!
Afinal, eles também causam
sérios prejuízos ao meio ambiente e colocam em risco
saúde dos habitantes, da fauna e da flora. Assim como os poluidores
sonoros
passaram a obedecer a
legislação depois das penalidades aplicadas,
esses outros inimigos do meio ambiente também terão que respeitar as normas. Só
assim esses atentados contra
a Natureza não continuarão
se repetindo. É preciso uma solução urgente para esse problema, que se arrasta
há muitos anos e que parece não ter mais fim. Quem observou atentamente
as reportagens publicadas
por este jornal, chegou à onclusão de que a situação passou dos limites e fugiu ao controle. Mas não podemos perder
as esperanças de que alguém tome atitudes enérgicas para reverter esse quadro tão desolador.
26/02/2010
Sala Aré de Educação Ecológica
Coluna Italo
Há exatos dezoito anos, num dia 26 de fevereiro
como este, a Prefeitura de Umuarama e a Associação de Defesa do Meio Ambiente
(Adema) inauguravam na entrada principal do Bosque do Índio a Sala Aré de
Educação Ecológica. Como tradicionalmente acontece em eventos como estes, houve
comemoração festiva e as inevitáveis promessas de que naquele local seriam
ministradas palestras, cursos e outras atividades de cunho ecológico, bem como
da cultura dos primeiros habitantes desta região, a tribo Xetá, todas voltadas
para a comunidade, especialmente para o público estudantil. Nos primeiros anos até
que houveram manifestações com esses objetivos, mas depois as atividades aos
poucos foram desaparecendo e, com elas, a construção da Sala Aré foi sendo
deteriorada pelas chuvas em falta da devida manutenção, uma vez que a cobertura
é (ou era!) de sapé. Durante pelo menos uma década inteira ninguém se preocupou
em proceder os reparos necessários: a Adema não foi enérgica quanto deveria
para exigir do poder público a preservação do prédio e nem tampouco a
Prefeitura deu a atenção que o caso exigia. Muito se fala em preservar o meio
ambiente, principalmente no Dia da Árvore, quando aquele local é palco de
diversas manifestações, mas nem os ativistas e muito menos os agentes públicos
sequer observaram o estado cada vez mais caótico que atravessava a Sala Aré. Moral
da história: hoje a Sala Aré de Educação Ambiental mais parece um monstrengo do
que um espaço onde se deveriam ensinar as nossas crianças e jovens a
preservarem a natureza. E pior: ela enfeia a entrada do belo bosque, sempre
tratado como um cartão-postal. O prédio em ruínas faz par bizarro com a
escultura que homenageia a nação Xetá, ambos em visível e vergonhoso estado de
deterioração, vítimas do descaso e da omissão. Vale citar que se tratam de
verdadeiros atentados ao patrimônio público, pois tanto o monumento como a Sala
Aré foram construídos com dinheiro dos cofres do município, ou seja, dinheiro
fruto dos impostos pagos pelos contribuintes. A Coluna ITALO, que há anos vem
cobrando providências da Prefeitura para preservar os monumentos da cidade,
esperava que com as obras de revitalização do Bosque do Índio a escultura e a
Sala Aré recebessem os devidos reparos. Mas, ao saber que a empresa que
realizava os serviços abandonou a obra, então agora perdeu as esperanças de
vez... Mas, em todo caso, não custa fazer um apelo ao prefeito Moacir Silva,
que tem demonstrado a sua sensibilidade e responsabilidade com relação a
melhorar o aspecto urbano e a qualidade de vida em Umuarama, para que olhasse
com carinho para mais este problema que ele herdou de administrações passadas.
Assim como está recuperando a Avenida Paraná, que por décadas ficou abandonada,
pode ser que ele consiga resolver mais esta questão.
23/03/2010
Plantio de mudas alerta sobre preservação ambiental
Dia Mundial Da Água
Umuarama
cidade@ilustrado.com.br
O prefeito Moacir Silva participou do plantio de mudas nativas no Bosque do Índio, ontem (22) pela manhã. O ato simbólico, alusivo ao Dia Internacional da Água, contou com a participação de representantes de diversos municípios da Amerios (Associação de Municípios de Entre Rios), do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e Força Verde.
cidade@ilustrado.com.br
O prefeito Moacir Silva participou do plantio de mudas nativas no Bosque do Índio, ontem (22) pela manhã. O ato simbólico, alusivo ao Dia Internacional da Água, contou com a participação de representantes de diversos municípios da Amerios (Associação de Municípios de Entre Rios), do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e Força Verde.
Em todo o Estado, serão plantadas 550 mil mudas de
peroba, imbuia, ipê roxo e outras espécies ‘clímax' (plantas que se desenvolvem
quando a floresta primária já está formada, de maior longevidade e com
características de madeira pesada, como jatobá e pau Brasil) até maio. Somente
em Umuarama, serão aproximadamente 15 mil mudas.
"O grande plantio integra mais um programa florestal lançado hoje (segunda) pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), em parceria com os municípios. O objetivo é recuperar o dinamismo e a diversidade dos recursos naturais com espécies que simbolizam a riqueza do passado, como a peroba", explica o coordenador do programa Mata Ciliar, do IAP, Cidnei Aparecido da Silva.
"O grande plantio integra mais um programa florestal lançado hoje (segunda) pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), em parceria com os municípios. O objetivo é recuperar o dinamismo e a diversidade dos recursos naturais com espécies que simbolizam a riqueza do passado, como a peroba", explica o coordenador do programa Mata Ciliar, do IAP, Cidnei Aparecido da Silva.
"Devemos ter plena consciência de que é necessário preservar o meio ambiente para atingirmos o equilíbrio socioeconômico, a começar pela preservação da mata ciliar", destacou o prefeito Moacir Silva.
O diretor da Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Turismo, Claudio Marconi, ressaltou que o Bosque do Índio foi escolhido para o ato em função de sua importância e simbolismo. São 19 hectares de área verde e uma pequena mostra do patrimônio natural explorado sem os critérios adequados ao longo das últimas seis décadas, razão da quase extinção de muitas espécies nativas no chamado Norte Novíssimo.
Plano de manejo - Em outra atividade alusiva ao Dia Internacional da Água, integrantes do Conselho Municipal de Meio Ambiente - do qual fazem parte Prefeitura, Sanepar, IAP, Força Verde e outras 16 entidades públicas e privadas, visitaram instalações da estação de captação da Sanepar (estrada Jaborandi).
Representando o Ministério Público, o promotor Marcos Antonio de Souza elogiou o resultado das parcerias em prol do meio ambiente no município, como a criação de um grupo técnico para dar o devido andamento ao projeto do plano de manejo da APA (Área de Proteção Ambiental) do Rio Piava, ainda no ano passado. Segundo o secretário municipal Antonio Carlos Favaro (Agricultura, Meio Ambiente e Turismo), o plano é uma das prioridades e deve ser executado ainda em 2009. O próximo passo é o processo de licitação para contratar a empresa responsável. Na APA existem aproximadamente 130 proprietários rurais e o plano de manejo é fundamental para o acompanhamento das atividades.
25/04/2010
Um Parque Municipal morto
Xetá
Muito se falou dele, muito se prometeu e
muito ainda se promete. O Parque Municipal dos Xetá, popularmente conhecido
como Bosque do Índio, faz uma homenagem apenas teórica aos nativos. A Sala Aré,
atualmente em ruínas, já armazenou muitos materiais sobre a cultura indígena,
hoje desaparecidos. A revitalização foi abandonada pela empresa contratada pela
prefeitura que também não sabe explicar a razão. A previsão é que as cercas, a
calçada e a sala Aré voltem a ser reformadas nos próximos meses e fiquem
prontas em aproximadamente 150 dias.
A educadora Ana Lúcia Ribas fez parte de um grupo que em 2001 lutou para preservar a memória histórica do município e salvaguarda ao meio ambiente. O projeto na época foi realizado com parcerias da Universidade Paranaense (Unipar), Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac) e teve apoio financeiro do Grupo Votorantin. Dividido em dois "Programas de Índio", na época, o artista que fez o monumento em frente ao parque, Rubens Utrabo, voltou para restaurar a escultura. A sala Aré foi transformada num centro de referência. A índia Tiguá, uma das últimas ainda residentes em Umuarama, foi contratada para falar da história todas as tardes, mas não ficou ali por seis meses. Segundo Ana, nenhuma instituição queria assumir a responsabilidade da sala. Vídeo-cassete, televisão foram doados, mas nunca ficaram ali. Em 2002, motivada pela campanha da fraternidade que falava sobre os nativos, a igreja também apoiou o projeto com a criação do Grupo de Apoio à Causa Indígena, mas apesar dos apoios, "não adianta só as pessoas físicas terem interesse", afirma Ana. "Isso aqui é uma área de preservação ambiental, erroneamente chamada de bosque, pois é o Parque Municipal dos Xetá", comenta a educadora que na época estava concluindo a faculdade. Segundo Ana, os grupos que aparentemente amparam a ideia, ficam apenas no discurso e não estão interessados em preservar. "Foram muitos materiais doados, pois a prefeitura nunca se interessou. Infelizmente as pessoas estão preocupadas em construir asfalto pro povo ver, por mais que buscássemos apoio, não aconteceu porque quem realmente precisa se preocupar com isso, não se interessa", critica. Na época, o então grupo de alunos do curso de Comunicação Social, viviam dentro do parque, com equipamentos, gravando documentários, etc., coisa impossível de se fazer hoje em dia, tamanho o abandono e o perigo do local. "O município não precisa ter dinheiro, mas pessoas capacitadas e interessadas para buscar dinheiro junto a União com projetos sérios", acrescenta. Fotografias, objetos, tudo sumiu e "ninguém sabe onde está".
A Assessoria de Imprensa da Prefeitura informou que a Sala Aré será reformada e que é destinada para eventos culturais e ambientais, mas ainda não há nenhum projeto específico previsto para ela por parte da administração.
Segundo o secretário de obras do município, Márcio Maia, o investimento para a revitalização inicial foi de R$288 mil. Desse valor a empresa contratada executou 51%, ou seja, R$146 mil. Uma vez abandonada a obra, sem explicações claras, terão de ser gastos mais R$150 mil, cujo reajuste sofrido foi de 8%. A obra começou em janeiro de 2009. A previsão era que fosse finalizada em junho. Porém, a empresa de Foz do Iguaçu além de ter estendido os trabalhos até novembro, abandonou a obra. "Não podíamos contratar outra empresa, são serviços que são muito demorados. Agora está sendo analisada pela Caixa Econômica Federal uma nova licitação", explica o secretário.
Como se não bastasse uma obra não finalizada, partes do que já foi reformado estão imperfeitas por causa das chuvas. Apesar de todo o transtorno, Maia crê que dentro de aproximadamente 150 dias todo o processo esteja finalizado e o Parque Municipal dos Xetá volte a se tornar no mínimo freqüentável e menos criminalizado pelo abandono.
A educadora Ana Lúcia Ribas fez parte de um grupo que em 2001 lutou para preservar a memória histórica do município e salvaguarda ao meio ambiente. O projeto na época foi realizado com parcerias da Universidade Paranaense (Unipar), Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac) e teve apoio financeiro do Grupo Votorantin. Dividido em dois "Programas de Índio", na época, o artista que fez o monumento em frente ao parque, Rubens Utrabo, voltou para restaurar a escultura. A sala Aré foi transformada num centro de referência. A índia Tiguá, uma das últimas ainda residentes em Umuarama, foi contratada para falar da história todas as tardes, mas não ficou ali por seis meses. Segundo Ana, nenhuma instituição queria assumir a responsabilidade da sala. Vídeo-cassete, televisão foram doados, mas nunca ficaram ali. Em 2002, motivada pela campanha da fraternidade que falava sobre os nativos, a igreja também apoiou o projeto com a criação do Grupo de Apoio à Causa Indígena, mas apesar dos apoios, "não adianta só as pessoas físicas terem interesse", afirma Ana. "Isso aqui é uma área de preservação ambiental, erroneamente chamada de bosque, pois é o Parque Municipal dos Xetá", comenta a educadora que na época estava concluindo a faculdade. Segundo Ana, os grupos que aparentemente amparam a ideia, ficam apenas no discurso e não estão interessados em preservar. "Foram muitos materiais doados, pois a prefeitura nunca se interessou. Infelizmente as pessoas estão preocupadas em construir asfalto pro povo ver, por mais que buscássemos apoio, não aconteceu porque quem realmente precisa se preocupar com isso, não se interessa", critica. Na época, o então grupo de alunos do curso de Comunicação Social, viviam dentro do parque, com equipamentos, gravando documentários, etc., coisa impossível de se fazer hoje em dia, tamanho o abandono e o perigo do local. "O município não precisa ter dinheiro, mas pessoas capacitadas e interessadas para buscar dinheiro junto a União com projetos sérios", acrescenta. Fotografias, objetos, tudo sumiu e "ninguém sabe onde está".
A Assessoria de Imprensa da Prefeitura informou que a Sala Aré será reformada e que é destinada para eventos culturais e ambientais, mas ainda não há nenhum projeto específico previsto para ela por parte da administração.
Segundo o secretário de obras do município, Márcio Maia, o investimento para a revitalização inicial foi de R$288 mil. Desse valor a empresa contratada executou 51%, ou seja, R$146 mil. Uma vez abandonada a obra, sem explicações claras, terão de ser gastos mais R$150 mil, cujo reajuste sofrido foi de 8%. A obra começou em janeiro de 2009. A previsão era que fosse finalizada em junho. Porém, a empresa de Foz do Iguaçu além de ter estendido os trabalhos até novembro, abandonou a obra. "Não podíamos contratar outra empresa, são serviços que são muito demorados. Agora está sendo analisada pela Caixa Econômica Federal uma nova licitação", explica o secretário.
Como se não bastasse uma obra não finalizada, partes do que já foi reformado estão imperfeitas por causa das chuvas. Apesar de todo o transtorno, Maia crê que dentro de aproximadamente 150 dias todo o processo esteja finalizado e o Parque Municipal dos Xetá volte a se tornar no mínimo freqüentável e menos criminalizado pelo abandono.
20/05/2010
Plantio de centenas de árvores ajuda a recompor
mata na região do Tucuruvi
Umuarama - A Prefeitura de Umuarama, através da
Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente e Turismo, desenvolve ações integradas
na região do Lago Tucuruvi (Parque Dom Pedro). Além da construção de uma cerca,
que visa a proteção da mata, bem como inibir o despejo de lixo, estão sendo
plantadas centenas de mudas de árvores nativas no local.
"A cerca deve estar pronta em cerca de dez dias", explica o diretor Claudio Marconi. Um dos pontos altos é o plantio de cem jequitibás, com a finalidade de recompor a vegetação. A medida ocorre em conformidade com uma proposição compensatória feita ao Conselho Municipal do Meio Ambiente, por ocasião do sacrifício de uma árvore localizada na avenida Rotary, que foi duplicada no ano passado.
Outros cem jequitibás serão plantados em locais como o Bosque do Índio e proximidades do Complexo Poliesportivo. A iniciativa da administração municipal encontra respaldo na comunidade. Diversos moradores do bairro auxiliam os funcionários públicos na tarefa.
"A cerca deve estar pronta em cerca de dez dias", explica o diretor Claudio Marconi. Um dos pontos altos é o plantio de cem jequitibás, com a finalidade de recompor a vegetação. A medida ocorre em conformidade com uma proposição compensatória feita ao Conselho Municipal do Meio Ambiente, por ocasião do sacrifício de uma árvore localizada na avenida Rotary, que foi duplicada no ano passado.
Outros cem jequitibás serão plantados em locais como o Bosque do Índio e proximidades do Complexo Poliesportivo. A iniciativa da administração municipal encontra respaldo na comunidade. Diversos moradores do bairro auxiliam os funcionários públicos na tarefa.
16/07/2010
Reforma continua apenas na promessa
BOSQUE DOS XETÁ
Umuarama - Perigoso, impróprio, feio. O Parque
Municipal dos Xetá continua abandonado enquanto a prefeitura não vence a
burocracia para contratar uma nova empresa que termine e corrija a obra
iniciada há um ano e sete meses.
No dia 25 de abril o Ilustrado publicou uma matéria sobre o abandono do Parque Municipal dos Xetá, popularmente conhecido como Bosque do Índio. A administração então afirmou na época que estava sendo analisada pela Caixa Econômica Federal uma nova licitação - já que a empresa havia abandonado a obra - para reiniciar as reformas que iriam terminar dentro de 150 dias.
No dia 25 de abril o Ilustrado publicou uma matéria sobre o abandono do Parque Municipal dos Xetá, popularmente conhecido como Bosque do Índio. A administração então afirmou na época que estava sendo analisada pela Caixa Econômica Federal uma nova licitação - já que a empresa havia abandonado a obra - para reiniciar as reformas que iriam terminar dentro de 150 dias.
Além de finalizar o que estava no projeto, essas obras deveriam consertar o que foi mal feito e não suportou chuvas torrenciais.
Oitenta dias se passaram e o bosque continua abandonado e a administração outra vez afirma estar esperando para daqui alguns dias abrir o processo licitatório "feito" há mais de três meses.
Segundo o secretário de obras do município, Márcio Maia, o investimento para a revitalização inicial foi de R$288 mil. Desse valor a empresa contratada executou 51%, ou seja, R$146 mil. Uma vez abandonada a obra, sem explicações claras, terão de ser gastos mais R$150 mil, cujo reajuste sofrido foi de 8%.
A obra começou em janeiro de 2009 e tinha previsão para terminar em junho do mesmo ano. Porém, a empresa de Foz do Iguaçu além de ter estendido os trabalhos até novembro, abandonou a obra. "Não podíamos contratar outra empresa, são serviços que são muito demorados", afirmou o secretário na então matéria publicada.
Assim como disse há 80 dias, hoje Márcio afirma que "a abertura da licitação será no próximo dia 21". Em seguida o processo será mandado para a Caixa Econômica Federal e depois de analisado, com 90 dias a obra deverá estar pronta.
"Dessa vez vamos ficar no pé da empresa para que o trabalho seja concluído com rapidez", afirma o secretário.
Deverá ser concluída a construção do alambrado em todo entorno do bosque, a pista de caminhada externa e a reforma da Sala Aré, que deveria servir de local de conservação do patrimônio histórico-cultural de Umuarama, mas atualmente serve como guarida para vigias e não possui mais nenhum material nativo.
Na Avenida Presidente Castelo Branco, boa parte da iluminação do bosque está queimada. Como não há cercas, foram criadas inúmeras trilhas para o centro do parque, o que só aumenta o risco de passar por ali.
Segundo Maia, a iluminação do bosque está fora do contexto do projeto e "vamos verificar porque que as lâmpadas estão queimadas para consertar depois".
13/08/2010
Revitalização do bosque do Índio inclui eliminação
de vegetação
Umuarama - Com o aval da Promotoria de Justiça do
Meio Ambiente, Associação de Defesa do Meio Ambiente (Adema) e Instituto
Ambiental do Paraná (IAP), a Prefeitura de Umuarama está eliminando parte da
vegetação rasteira do Bosque Xetá, também chamado de Bosque do Índio, nesta
cidade, como forma de revitalização da reserva que também é parque municipal.
A roçada começou nesta semana e tem por finalidade abrir clareira até a pista de caminhada para que os pedestres tenham visão da pista. Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura informou que o trabalho faz parte do projeto de melhorias no bosque.
Os trabalhadores contratados para executar o serviço informaram que foram orientados a cortar apenas as árvores novas, os cipós e toda a vegetação rasteira. O corte do mato divide opiniões. Muitos acham que o corte é viável para melhorar a segurança no bosque e proximidades. Já os ambientalistas discordam do sacrifício das plantas na que, por enquanto, é a maior área verde da cidade.
A roçada começou nesta semana e tem por finalidade abrir clareira até a pista de caminhada para que os pedestres tenham visão da pista. Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura informou que o trabalho faz parte do projeto de melhorias no bosque.
Os trabalhadores contratados para executar o serviço informaram que foram orientados a cortar apenas as árvores novas, os cipós e toda a vegetação rasteira. O corte do mato divide opiniões. Muitos acham que o corte é viável para melhorar a segurança no bosque e proximidades. Já os ambientalistas discordam do sacrifício das plantas na que, por enquanto, é a maior área verde da cidade.
19/08/2010
SOBRE FERRADURAS E MEIO AMBIENTE
Coluna Italo _ Artigo
São casos antigos sem nenhuma novidade e uma eterna
novidade sem nenhuma coisa de novo (definição de história do Padre Vieira)
1.955 – Vinhamos eu e um primo meu de Cascavel para Astorga. Viemos pelos
picadões da Cobrinco. No terceiro dia de viagem chegamos a Umuarama. Fomos, na
lateral do atual bosque dos Xetá, onde o Sr. Yokohama estava montando uma
serraria, divisa com o hoje Jardim Social. Mata intocada. Palmital maravilhoso.
As peças de ferro deixadas a céu aberto oxidavam e os animais vinham lamber os
óxidos das mesmas. Tantos rastos, que o local se assemelhava a um barreiro
(depósito de sal gema onde os animais vem comer a terra). 1.969 – Novembro.
Chego a Umuarama. O bosque já sem palmitos, conservava muitas perobas,
principalmente no alto da Castelo Branco com o Jardim Social. A Cia
Melhoramentos detinha ainda duas chácaras (áreas), que confinavam com a atual
rua do bosque e com a lateral do Jardim Social e com a área da Prefeitura
Municipal. Ipês, marfins, cedros, canjaranas, canelas, etc. Mato encipoado, com
cinco minas dando nascentes a um dos braços do córrego Mimoso, na baixada da
Avenida Parigot de Souza e mais algumas mais ou menos na região onde se situa a
estátua do índio Xetá, que davam origem a outro braço do Mimoso. Água límpida.
Construção da rodoviária atual O manilhamento para o esgoto da rodoviária
seguia pela Rua Perobal e foi jogado nas minas das nascentes do rio Mimoso. Em
gestão posterior foram vendidas para a então Serraria Cima as madeira de lei
nele existentes. Via caminhões de toras carregados, saindo do bosque.
Dissipadoras de águas pluviais foram sendo construídas dentro da mata sem
nenhum critério de conservação. Os coqueiros da lateral da mata com a rua do
bosque foram derrubados para dar as ramas como comida para os cavalos. Se
tirava lenha para uso doméstico principalmente na lateral com o Jardim Social.
Retirada de orquídeas, cipós para artesanatos, área para massa fina e usado
como local ideal para entulho e lixo. Fundação da Adema Foi escrita uma
proposta para a reposição paulatina e gradual da mata (fauna e flora) dentro do
possível. Após então, dois anos de luta, o então prefeito Jaime Lerner, de
Curitiba, o IBDF e o ITCF (de então), puseram o corpo técnico (zoólogos,
biólogos, técnicos dos passeios públicos, arquitetos e engenheiros, etc.), aves
e animais à disposição do projeto sem ônus para a Prefeitura Municipal de
Umuarama. Seria um zoológico às avessas, caminhos sinuosos abrindo em mini
praças com bancos, telado nas laterais e no teto. O homem na jaula. Os animais
e as aves soltos. O prefeito de então, só aceitava oferta se lhe fosse dado um
alqueire dentro da mata para construção de um Shopping-Center. Em gestões
posteriores foram abertas clareiras de 50 e 70 metros de largura para passagem
do emissário de esgoto. Outra gestão começou a abrir com tratores a atual
trilha interna do bosque. Incêndios criminosos foram constantes em certa época.
Há alguns anos, um incêndio criminoso destruiu grande parte do bosque. Na época
oferecemos ao prefeito de então grandes quantidades de sementes de palmito para
serem plantada nas cinzas. Ouvimos então, que para isso era preciso ser feito
um projeto tese, que resistiu a todas as argumentações da nossa parte.
Atualmente, uma roçada ampla nas laterais do bosque dá continuidade de forma
brilhante às barbaridades já expostas. E a ferro e fogo vai sendo tudo
destruído, dando um testemunho visual, imensamente deplorável e triste, de
desrespeito às leis e ao meio ambiente, ficando as marcas das ferraduras da
ignorância ambiental e social, sob a forma de tocos, troncos queimados, árvores
centenárias abatidas por ganância, por ignorância pura, pela ausência de um
mínimo respeito ao conservadorismo para as gestões futuras. Ouvi de um
ex-prefeito que o melhor a fazer com este bosque, era passar o machado nele,
porque só servia para criar bandido. Creio que esse interessante ponto de vista
sociológico, tenha sido copiado dos métodos mais antigos, usados para a
extinção dos Xetá. Essa realidade triste me lembra o paradoxo que vitimou o
chamado cinema novo, onde a mensagem era tão hermética que, quem a entendia não
precisava dela, e quem precisava não entendia. Em tempo, Nietzsche (filósofo)
descrevia em “Vontade de Potência”: A terra moral é redonda também E a terra
moral também tem seus antípodas E os antípodas também tem direito a sua
existência Há um mundo todo por descobrir E talvez mais que um. Por isso todos
a bordo – Filósofos Resolver questões de (discutível) moral de costumes,
problemas com doentes mentais, desvios psicológicos graves, tipos
exibicionismo, etc, com agressão brutal à natureza é mais uma vez o triunfo do
logotipo da ferradura sobre a razão. Sugestão A sugestão é tirar o poder
ditatorial sobre essa e outras áreas municipais da Prefeitura Municipal, que
tem se mostrado nesse campo omissa, inconseqüente e irresponsável ao longo do
tempo. Que essas intervenções quando necessárias tivessem a concordância do
Ministério Público, da Adema e Prefeitura Municipal, nessa ordem. (*) JOSÉ
ALCINDO GIL (foto) é médico e fundador e ex-presidente da Associação de Defesa
do Meio Ambiente de Umuarama (Adema).
Coluna Italo _ Artigo
Rio
pode ser transformado em lago
Transformação
depende de recursos do Ministério do Meio Ambiente; projeto será elaborado pelo
deputado federal Osmar Serraglio
UMUARAMA
Da
Editoria de Bairros
O Córrego Pinhalzinho, conhecido
como Canelinha, que atualmente recebe grande carga de esgoto clandestino,
despejado por boa parte da periferia da cidade, poderá se transformar num
grande lago, se forem liberados recursos para implantação de projeto que será
apresentado pelo deputado federal Osmar Serraglio. O deputado e o prefeito
Fernando Scanavaca, sobrevoaram a região do Canelinha ontem no início da tarde,
com o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, para mostrar a situação em
que se encontra o rio.
A
proposta de Serraglio é aproveitar toda a extensão do córrego para construção
de um parque, a exemplos das cidades de Toledo e Londrina, onde rios totalmente
poluídos e assoreados, deram lugar à áreas de lazer, que são visitadas hoje por
milhares de pessoas. Ao conhecer a situação do rio, o ministro se encarregou de
analisar todas as fotos entregues pelo deputado e analisar o projeto, assim que
estiver pronto. A estimativa, conforme Serraglio, é que seriam necessários
aproximadamente R$ 3 milhões para transformar o Canelinha numa área de lazer.
O
Canelinha, que nasce abaixo da avenida Parigot de Souza, próximo 'Bailão do
Manezinho', corta boa parte das favelas de Umuarama, até abaixo da ponte que
liga o São Cristóvão à PR-323, tem aproximadamente 2 mil metros de extensão,
completamente assoreados. A região mais crítica do rio fica nos fundos dos
bairros Beira Rio e São Cristóvão, onde a erosão tomou grandes proporções,
chegando a fazer uma grande curva.
Para
'frear' o processo erosivo, a Prefeitura criou no local a Central de Entulhos,
onde são lançados galhos de árvores, podas de gramas dos canteiros de toda a
cidade e grande quantidade de entulhos.
Preservação
Eleito
gestor da Apa do Piava
UMUARAMA
Da
Redação do Ilustrado
O
Conselho Deliberativo da Área de Proteção Ambiental (Apa) da Bacia do Rio Piava
elegeu por aclamação o seu gestor, o gerente de negócios da Sanepar em
Umuarama, Francisco Marques. Ele já faz parte do conselho deliberativo e foi
escolhido entre os 17 membros para ser o responsável pelo desenvolvimento dos
trabalhos dentro da área de preservação ambiental. A eleição foi feita ontem
pela manhã durante reunião do conselho, na Prefeitura de Umuarama.
Durante a
reunião também foram escolhidos os membros do Grupo de Apoio Técnico (GAT), que
vai desenvolver o zoneamento ecológico-econômico da área. O zoneamento é que
vai definir o que pode e o que não pode ser cultivado e a forma correta de
cultivar dentro da área da Apa. Fazem parte mestrandos da Universidade Federal
de Santa Catarina, os advogados Carmem Castaldo e Antonio Comparsi de Melo, os
engenheiros civil Néllo Guazzelli e Olívio Gambarim e o economista Vicente
Gasparim. A equipe é completada por um engenheiro agrônomo, um biólogo e um
médico veterinário.
O Rotary
Club Despertar de Umuarama também faz parte do GAT. Ele vai desenvolver um
trabalho de reflorestamento da mata ciliar junto aos proprietários dos sítios
distribuídos dentro da Apa. São 135 propriedades. A primeira parte do projeto
será fazer um levantamento das áreas onde a mata ciliar não obedece os 30
metros previstos em lei. Além desse espaço, a proposta é que seja feito o
plantio de mudas em mais 15 a 20 metros. Essa área seria uma forma de gerar
renda ao produtor. O produtor poderia optar entre o plantio de espécies
exóticas, como o eucalipto ou por mudas frutíferas.
A Apa foi
criada em 97 e abrange uma área de 3.520 hectares, compreendendo 135 pequenas
propriedades. Em praticamente todas as áreas já foram feitas curvas de nível
para conter o aparecimento de erosão. Apenas quatro propriedades ainda estão
sem as curvas de nível.
O Conselho Deliberativo da Apa é formado por um
representante do Instituto Ambiental do Paraná, Emater, Poder Executivo, Câmara
de Vereadores, Conselho Municipal do Meio Ambiente, Sanepar, Secretaria
Municipal da Educação, Adema, Associação Comercial, Industrial e Agrícola,
Associação dos Engenheiros Agrônomos, Associação dos Produtores Rurais,
Associação dos Moradores dos bairros Sete Alqueires e Parque das
Jabuticabeiras, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Sindicato dos
Trabalhadores Rurais e Universidade Paranaense (Unipar).
Xetá, o
genocidio umuaramense
13/10/2015
Autor: Osni Santana
Fonte: O Bemdito (Umuarama - PR) -
www.obemdito.com.br
John Wayne e a
cavalaria norte-americana não passaram por Umuarama, mas nossa história parece
filme de mocinhos de Hollywood que não deixavam índios para contá-la. Aqui os
massacrados foram os Xetá, tupis-guaranis que viviam em estado pré-histórico de
desenvolvimento nesta região, como se ainda estivessem na Idade da Pedra. Com
um agrupamento composto por cerca de 300 indivíduos, eram uma pequena nação,
praticamente na infância da evolução da humanidade, um elo perdido de grande
valia para estudos antropológicos, desprovidos de qualquer malícia.
O contato deles, a partir de 1953, no distrito de Serra dos Dourados, com a colonização promovida pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, precipitou sua extinção. Desapareceram do mapa como agrupamento social em menos de 10 anos. Em 1960, a nação Xetá já não existia.
A propósito, nos anais da Companhia (tive acesso a um exemplar), onde se relata a construção das primeiras picadas e a fundação de cidades como Londrina, Maringá, Cianorte e Umuarama, com a progressiva eliminação da floresta e tudo que nela existia, há fotografias dos desbravadores, dirigentes e pioneiros, de onças mortas e de perobas gigantescas que foram derrubadas a machado, mas nenhuma referência aos primitivos habitantes da terra.
Todos sabem que a história oficial é contada pelos vencedores. Mas a referida omissão é um ato falho, uma espécie de confissão ao contrário, uma admissão de culpa pelo sumiço dos índios que viviam na região.
ENTERREM MEU CORAÇÃO NA CURVA DO RIO
Os Xetá foram escorraçados, aniquilados, dizimados. As crianças eram apartadas dos pais, doadas a famílias de sitiantes e fazendeiros que invadiam o chão antes pisado pelos pacatos nativos. Os adultos, se não ocorria o pior, eram apreendidos e levados para muito longe, em péssimas condições de acomodação e transporte. Muitos contraíam viroses dos colonos e morriam na viagem, antes de chegar ao destino.
"Enterrem meu coração na curva do rio", livro escrito por Dee Brown, especialista em história norte-americana e publicado pela primeira vez em 1970, mudou o modo do mundo ver a conquista do Velho Oeste e o extermínio dos peles-vermelhas. Na opinião do tradutor Geraldo Galvão Ferraz, a partir dessa obra, os mocinhos não têm mais a pele branca, pelo menos a maioria. Têm nomes que, nos filmes, eram perseguidos por bandos comandados por John Wayne, Henry Fonda ou James Stewart: COCHISE, GERÔNIMO, NUVEM VERMELHA, CAVALO DOIDO, VICTORIO E TOURO SENTADO (sic).
Pela mesma lógica, nesta cidade e em outras da região, os nomes que adornam determinadas ruas, praças e instituições públicas ou particulares, deveriam ser trocados por TSHEKUENWAIO, EIRAKÁN, HÃAN XETÁ, COEN XETÁ, TUCANAMBÁ JOSÉ PARANÁ, TICOEN XETÁ, RONDON XETÁ, TIARA, TIGUÁ, ADIATAUCÃ OU NHATIÉ...
HERAREKÃ HÉTA, A RESERVA DE PAPEL
Desde os primórdios da colonização de Umuarama, em meados da década de 50, as autoridades constituídas e instituídas falavam na medida compensatória da criação de uma reserva territorial para os Xetá.
Passaram-se 60 anos e já temos em Umuarama o Bosque do Índio, com a escultura meio destruída de um representante da referida etnia, além do símbolo oficial do Município ser um personagem de estórias em quadrinhos da dita raça, um curumim Xetá criado e batizado pelo cartunista Marcos Vaz com o nome de Umuaraminha.
Mas ainda não temos a bendita reserva indígena. A última vez que alguém tentou tirar a reserva do papel, cujo projeto envolve a desapropriação de uma fazenda do Grupo Bradesco, com 800 hectares em mata e 1.000 hectares em pastagens, foi uma grita tão grande dos colonos que todos os Xetá mortos se revolveram nas sepulturas, em um cemitério secreto situado em local incerto e não sabido.
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR
Rosa Brasil Tiguá, por exemplo, que ainda menininha foi adotada por uma família branca, na cidade de Douradina, já está chegando aos 65 anos de idade e não recebeu compensação alguma pela infância arrancada de sua tribo nem pela aniquilação de seu povo. Nem mesmo lhe restabeleceram a memória dos antepassados, pois, educada em outra cultura, desconhece a própria.
Nossa história não é muito diferente dos faroestes norte-americanos. Afinal, a companhia colonizadora de Umuarama pertencia aos avós do Tio Sam, os ingleses:
Cadê os Xetá que estavam aqui?
A colonização comeu.
Colonos antropófagos!!!
P.S.: Quem disse que índio bom é índio morto? Se a natureza fosse cuidada por eles, certamente estaria muito mais preservada...
______________
(*) OSNI MIGUEL SANTANA é bacharel em Comunicação Social (P&P) e Direito. Na política, defensor dos princípios, não de instituições nem de personalidades. Mais guerreiro do que diplomata. Quando crescer, quer ser escritor. Tem 61 anos.
http://www.obemdito.com.br/umuarama/osni-miguel-santana-em-mais-uma-polemica-a-ultima-vez-que/254/
O contato deles, a partir de 1953, no distrito de Serra dos Dourados, com a colonização promovida pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, precipitou sua extinção. Desapareceram do mapa como agrupamento social em menos de 10 anos. Em 1960, a nação Xetá já não existia.
A propósito, nos anais da Companhia (tive acesso a um exemplar), onde se relata a construção das primeiras picadas e a fundação de cidades como Londrina, Maringá, Cianorte e Umuarama, com a progressiva eliminação da floresta e tudo que nela existia, há fotografias dos desbravadores, dirigentes e pioneiros, de onças mortas e de perobas gigantescas que foram derrubadas a machado, mas nenhuma referência aos primitivos habitantes da terra.
Todos sabem que a história oficial é contada pelos vencedores. Mas a referida omissão é um ato falho, uma espécie de confissão ao contrário, uma admissão de culpa pelo sumiço dos índios que viviam na região.
ENTERREM MEU CORAÇÃO NA CURVA DO RIO
Os Xetá foram escorraçados, aniquilados, dizimados. As crianças eram apartadas dos pais, doadas a famílias de sitiantes e fazendeiros que invadiam o chão antes pisado pelos pacatos nativos. Os adultos, se não ocorria o pior, eram apreendidos e levados para muito longe, em péssimas condições de acomodação e transporte. Muitos contraíam viroses dos colonos e morriam na viagem, antes de chegar ao destino.
"Enterrem meu coração na curva do rio", livro escrito por Dee Brown, especialista em história norte-americana e publicado pela primeira vez em 1970, mudou o modo do mundo ver a conquista do Velho Oeste e o extermínio dos peles-vermelhas. Na opinião do tradutor Geraldo Galvão Ferraz, a partir dessa obra, os mocinhos não têm mais a pele branca, pelo menos a maioria. Têm nomes que, nos filmes, eram perseguidos por bandos comandados por John Wayne, Henry Fonda ou James Stewart: COCHISE, GERÔNIMO, NUVEM VERMELHA, CAVALO DOIDO, VICTORIO E TOURO SENTADO (sic).
Pela mesma lógica, nesta cidade e em outras da região, os nomes que adornam determinadas ruas, praças e instituições públicas ou particulares, deveriam ser trocados por TSHEKUENWAIO, EIRAKÁN, HÃAN XETÁ, COEN XETÁ, TUCANAMBÁ JOSÉ PARANÁ, TICOEN XETÁ, RONDON XETÁ, TIARA, TIGUÁ, ADIATAUCÃ OU NHATIÉ...
HERAREKÃ HÉTA, A RESERVA DE PAPEL
Desde os primórdios da colonização de Umuarama, em meados da década de 50, as autoridades constituídas e instituídas falavam na medida compensatória da criação de uma reserva territorial para os Xetá.
Passaram-se 60 anos e já temos em Umuarama o Bosque do Índio, com a escultura meio destruída de um representante da referida etnia, além do símbolo oficial do Município ser um personagem de estórias em quadrinhos da dita raça, um curumim Xetá criado e batizado pelo cartunista Marcos Vaz com o nome de Umuaraminha.
Mas ainda não temos a bendita reserva indígena. A última vez que alguém tentou tirar a reserva do papel, cujo projeto envolve a desapropriação de uma fazenda do Grupo Bradesco, com 800 hectares em mata e 1.000 hectares em pastagens, foi uma grita tão grande dos colonos que todos os Xetá mortos se revolveram nas sepulturas, em um cemitério secreto situado em local incerto e não sabido.
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR
Rosa Brasil Tiguá, por exemplo, que ainda menininha foi adotada por uma família branca, na cidade de Douradina, já está chegando aos 65 anos de idade e não recebeu compensação alguma pela infância arrancada de sua tribo nem pela aniquilação de seu povo. Nem mesmo lhe restabeleceram a memória dos antepassados, pois, educada em outra cultura, desconhece a própria.
Nossa história não é muito diferente dos faroestes norte-americanos. Afinal, a companhia colonizadora de Umuarama pertencia aos avós do Tio Sam, os ingleses:
Cadê os Xetá que estavam aqui?
A colonização comeu.
Colonos antropófagos!!!
P.S.: Quem disse que índio bom é índio morto? Se a natureza fosse cuidada por eles, certamente estaria muito mais preservada...
______________
(*) OSNI MIGUEL SANTANA é bacharel em Comunicação Social (P&P) e Direito. Na política, defensor dos princípios, não de instituições nem de personalidades. Mais guerreiro do que diplomata. Quando crescer, quer ser escritor. Tem 61 anos.
http://www.obemdito.com.br/umuarama/osni-miguel-santana-em-mais-uma-polemica-a-ultima-vez-que/254/
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UMUARAMA
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Erosão cresce
silenciosamente no interior do bosque do Índio
18/11/2016
08:16
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Por seu posicionamento,
o bosque dos Xetá (ou popularmento do Índio), um dos principais cartões postais
de Umuarama, é responsável por escoar a água da chuva de boa parte da cidade.
Em seu interior há galerias pluviais que levam a água até o córrego
Pinhalzinho.
Longe do olhar
público, escondido pela mata, um buraco cresce a cada chuva ocasionando uma
grande erosão na área ambiental. Para quem vê a degradação, ela remete a um
medo de que o local se transforme em um novo centropoliesportivo.
É possível constatar
que a galeria de água pluvial pode ter a sua estrutura comprometida pelo grande
volume de água da chuva que entra no bosque pela avenida Parigot de Souza. Em
determinados trechos, como próximo à pista de caminhada, há partes dela
descobertas.
Conforme a assessoria
de comunicação da Prefeitura de Umuarama, o local será vistoriado nesta
quinta-feira (17) por uma equipe da Secretaria de Serviços Públicos. No momento
o que poderá ser realizado é um procedimento paliativo. Como a administração
pública está sendo alterada, caberá à próxima a elaboração de um projeto para
conserto da galeria e contenção da erosão.Com informações Portal da Cidade
Umuarama.
21/03/2017
Grupo de trabalho define
prioridades para recuperar o Bosque dos Xetá
As melhorias que o prefeito Celso Pozzobom pretende realizar no Bosque
dos Xetá, para que aquele parque volte a ser utilizado para o lazer da
população, estão sendo definidas de acordo com o Plano de Manejo, concluído ano
passado e custeado pelo Fundo Municipal do Meio Ambiente. Nas últimas semanas,
o diretor de Agricultura e Meio Ambiente do município, Elídio Pavan, tem
conduzido reuniões com técnicos ligados à área, Polícia Ambiental, Guarda
Municipal, Conselho do meio ambiente, secretarias municipais e representantes
de entidades relacionadas.
Na última segunda-feira, duas reuniões neste sentido foram realizadas na
Prefeitura. Na parte da manhã, os principais problemas do bosque foram apresentados
pela chefe de divisão de Meio Ambiente, Débora Marsolla, pelo
presidente do Conselho do Meio Ambiente, Paulino Almeida, pelo chefe da
Vigilância em Saúde, Flávio Posseti, e pelo comandante da Polícia Ambiental –
Força Verde, Alcimar Crecêncio.
"Precisamos agir rápido e temos recursos destinados à recuperação
do Bosque do Índio. É preciso elencar as prioridades e ver o que é possível
fazer de imediato, observando o Plano de Manejo", afirmou o prefeito.
Pozzobom pretende solucionar rapidamente a erosão, que ameaça a mata na baixada
da Avenida Parigot de Souza, e também no entorno da Sala Aré, na entrada do
bosque. "Temos diversos pontos de alagamento cuja solução exigirá altos
investimentos, mas não podemos descuidar do bosque porque a erosão ali é uma
ameaça real", alertou.
Pozzobom anunciou recursos da ordem de R$ 400 mil provenientes de
doação, que devem ser aplicados exclusivamente na recuperação e conservação do
Bosque dos Xetá. A reunião na parte da tarde, com um grupo de trabalho mais
específico, tratou das obras que deverão ser realizadas com esse dinheiro.
"Para melhorar a segurança, vamos adquirir duas motocicletas para a Guarda
Municipal realizar patrulhamento dentro do bosque e vamos instalar câmeras de
vídeo de alta definição, que serão monitoradas na sede da GM, controlando a
entrada e saída de pessoas nos principais acessos", anunciou o diretor
Elídio Pavan.
As telas que cercam o entorno do bosque serão recuperadas e reforçadas,
passando a receber manutenção constante. A pista de caminhada será limpa, com a
retirada de galhos e raízes que obstruem a passagem, e totalmente recuperada. A
Sala Aré de Educação Ambiental ganhará cobertura com telhas de barro, reforma
nos banheiros e sistema de alarme. Árvores exóticas e vegetação rasteira de espécies
invasoras serão retiradas. Nas clareiras resultantes do corte a Prefeitura
implantará um parque com brinquedos para crianças. Outro projeto em análise é a
construção de uma ponte, religando trechos interrompidos na pista. Mais
adiante, melhorias nas bocas de lobo e galerias pluviais serão executadas, para
conter a erosão.
Na próxima
semana, em nova reunião, o Departamento de Projetos Técnicos da Prefeitura
apresentará um orçamento prévio das obras estruturais, enquanto o representante
da Secretaria de Assistência Social, Amós Westphal, vai levantar preços para
aquisição das motos e equipamentos que serão instalados para a ocupação da Sala
Aré. Participam do grupo de trabalho, ainda, representantes do Instituto
Federal do Paraná (IFPR), Instituto Ambiental do Paraná (IAP), secretarias de
Educação, Serviços Públicos, Serviços Rodoviários e Saúde.
Fonte: UMUARAMA | CIDADE PORTAL |
SECOM
·
Notícia Publicada em: 20 de Setembro de 2017
Bosque dos Xetá será
reflorestado a partir do Dia da Árvore
O Dia da
Árvore – 21 de setembro – terá um evento especial no Bosque dos Xetá, realizado
pela Prefeitura de Umuarama por meio das secretarias municipais de Educação,
Agricultura e Meio Ambiente e Serviços Públicos. A pedido do prefeito Celso
Pozzobom, alunos da rede municipal serão reunidos às 13h30, em conjunto com
representantes da sociedade organizada e lideranças locais.
Além da
reflexão sobre a importância da preservação da natureza, o evento marcará o
início do reflorestamento do bosque com espécies nativas. Nos últimos meses, a
Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente vem realizando o manejo da mata e
eliminando espécies invasoras que ameaçam o equilíbrio daquele
ecossistema. “Agora, com o plantio de mudas nativas, iniciamos o
processo de recuperação do bosque para que, no futuro, a sua flora tenha
recuperado as suas características naturais”, afirmou o diretor de
Agricultura e Meio Ambiente, Elídio Pavan.
O
prefeito Celso Pozzobom também destaca a presença das crianças das escolas
municipais no evento. “Desde pequenos eles aprendem pelos bons
exemplos. Além da orientação, da educação em família e na escola, o
envolvimento em uma atividade significativa como é o plantio de mudas de
árvores vai ajudar a torná-los adultos conscientes da sua importância na defesa
do meio ambiente”, resumiu.
Serão
plantadas dezenas de mudas de espécies como ipê, peroba rosa, jequitibá, pau
d'alho, guaritá, jangada, timburi e gurucaia, entre outras. “Solicitamos
ao viveiro do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) cerca de 2 mil mudas nativas
para iniciarmos o reflorestamento em três bosques urbanos de Umuarama – Xetá,
Uirapuru e Tucuruvi – e será um processo contínuo, com todo cuidado e
acompanhamento”, acrescentou o prefeito Celso Pozzobom, agradecendo o
envolvimento das secretarias na organização e realização da atividade.
Na tarde
desta terça-feira (19) servidores da Secretaria Municipal de Serviços Públicos
trabalhavam na limpeza e pintura de meio-fio, bem como pequenos reparos na
infraestrutura do bosque, adequando o local para a ação da próxima quinta-feira
(21). Fonte: Portal da Cidade Umuarama
CARCOMIDA PELO TEMPO, ESCULTURA DO
INDIO XETÁ PEDE SOCORRO