Para aumentar a produtividade das lavouras e com a intenção de matar as pragas, os produtores podem poluir e contaminar o meio ambiente e os seres humanos.
O Brasil é campeão mundial no uso de agrotóxicos, cabendo a cada brasileiro o consumo médio de 5,2 litros de veneno agrícola por ano. Guardem este dado, que foi divulgado em dezembro de 2014, quando é celebrado o Dia Internacional da Luta contra os Agrotóxicos.
A exemplo do que aconteceu em Lucas do Rio Verde, a Ong ADEMA propôs ao Conselho de Meio Ambiente de Umuarama - Paraná uma avaliação dos agrotóxicos utilizados na bacia do Rio Piava, área de captação de água da cidade.
Em Lucas do Rio Verde, os impactos do agronegócio foi avaliado em pesquisa-ação da UFMT e relatado em artigo e livro, dando inicio ao movimento popular que denunciou a “chuva” de agrotóxicos sobre a zona urbana da cidade (Pignati et al.2007; Machado 2008).
Durante os anos de 2007 a 2010 se realizou em Lucas do Rio Verde, esta pesquisa citada acima, da UFMT e FIOCRUZ, coordenada por Moreira et al (2010) que em conjunto com professores e alunos de 04 escolas, sendo uma escola no centro da cidade, outra na interface urbana/rural e duas escolas rurais se avaliaram alguns componentes ambientais, humano, animal e epidemiológico relacionados aos riscos dos agrotóxicos.
Os dados coletados demonstraram, entre outros que:
- presença de resíduos de vários tipos de agrotóxicos em 88% das amostras de sangue e urina dos professores daquelas escolas, sendo que os níveis de resíduos nos professores que moravam e atuavam na zona rural foi o dobro dos professores que moravam e atuavam na zona urbana de Lucas do Rio Verde (Moreira et al.2010; Belo et al. 2012);
- contaminação com resíduos de agrotóxicos (DDE, Endosulfan, Deltametrina e DDT) de 100% das amostras de leite materno de 62 mães que pariram e amamentavam em Lucas do Rio Verde em 2010 (Palma 2011);
- contaminação de resíduos de vários tipos de agrotóxicos em 83% dos 12 poços de água potável (escolas e cidade) e contaminação com agrotóxicos de 56% das amostras de chuva (pátio das escolas) e de 25% das amostras de ar (pátios das escolas) monitoradas por 02 anos (Moreira et al.2010; Dos Santos et al.2011; Moreira et al.2012);
Esta última pesquisa realizada em Lucas do Rio Verde, quando tomaram conhecimento dos resultados, chamou a atenção dos membros da ONG ADEMA, somada a alta incidência de câncer na cidade de Umuarama e assim, propuseram a pesquisa que foi aprovado no Conselho, para se ter conhecimento daqueles agrotóxicos utilizados na APA do Rio Piava e quais seus princípios ativos e se estes podem estar contaminando a água que abastece a cidade de Umuarama.
Um fato que já chamou a atenção do plenário do Conselho, quando da aprovação do encaminhamento de várias solicitações a diversos órgãos da cidade, aquela que foi para o CREA-PR solicitando as ARTs registradas na área da APA, sobre o serviço prestado por Engenheiros Agrônomos, referente à assistência técnica, infelizmente, tivemos um retorno negativo, pois não foram encontradas nenhuma para anotação de responsabilidade técnica para aquela área. Isso quer dizer que o trabalho de aplicação de agrotóxico naqueles lotes rurais não tem assistência técnica por um profissional, o que agrava a situação do abastecimento de água.
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A Diretoria ADEMA
