O Multi-angle Imaging espectrorradiômetro (MISR) instrumento a bordo da nave espacial da NASA Terra fez medições científicas no Atlântico Sul. A MISR tem câmeras, com o objetivo de detectar luz visível, mas também são sensíveis a energia de prótons, na alta atmosfera da Terra. Nos níveis de fundo, os prótons se destacam.
Cada imagem é um elemento quadrados medindo um quarto de um grau de latitude e longitude, e cada uma contém centenas de milhares de pixels da imagem crua MISR.
A Anomalia do Atlântico Sul (SAA) é uma região de prótons com níveis anormalmente elevados e são relativamente freqüentes.Cada elemento da imagem do mapa mostra as medidas de próton,mais "aberrantes" e extremas, resultantes da média de todas as observações. Esta acentua o efeito da SAA.
Figura 1: campo magnético da Terra (Cortesia NASA)
Segundo Ângelo Antônio Leithold (C)(1987,1989,2006,2007), a Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Figura 1), AMAS ou SAA (do inglês, South Atlantic Anomaly) é uma região onde a parte mais interna do cinturão de Van Allen tem a máxima aproximação com a superfície da Terra. O resultado é que para uma dada altitude, a intensidade de radiação é mais alta nesta região do que em qualquer outra, observar que na figura 1 existem diferentes tonalidades de azul, estas indicam uma menor ''blindagem'' propiciada pelo campo magnético da Terra [1].
A AMAS é produzida por um "mergulho" no campo magnético terrestre na região, causada pelo fato do centro do campo magnético terrestre estar deslocado em relação ao centro geográfico por 450 km aproximadamente [3].
A variação diurna da altura da camada ionosférica "D", associada à Anomalia Geomagnética do AtLântico Sul é menor [1]. O fenômeno afeta satélites e outras espaçonaves com órbitas a algumas centenas de quilômetros de altitude e com inclinações orbitais entre 35° e 60°. Nessas órbitas os satélites passam periodicamente pela AMAS, ''ficando expostos durante vários minutos às fortes radiações que ali existem.[1]'' . A "International Space Station", orbitando com inclinação de 51.6°, necessita de revestimento especial para suportar as fortes radiações oriundas do Sol, em especial na região da AMAS, também o Space Telescope Huble tem limitadas as observações durante sua passagem sobre o Sul do Brasil. A AMAS sofre um deslocamento para oeste, sua velocidade é 0.3° por ano. A taxa de deslocamento é muito próxima da rotação diferencial entre o núcleo da Terra e sua superfície, estimada estar entre 0.3° e 0.5° por ano.
O vento Solar
Figura 3:Chegada do vento solar à Magnetosfera da Terra. Note-se que o Campo magnético da Terra tem um "formato de cauda de cometa" devida interação vento solar-magnetosfera.(Fonte: ESA)
O vento solar é a emissão contínua de partículas carregadas provenientes da coroa solar. Essas partículas podem ser elétrons e prótons além de sub-partículas, neutrinos, por exemplo. Próximo da Terra a velocidade das partículas é em torno de 400 km/s no equador a 800 km/s nos pólos, sua densidade gira em torno de 10 partículas por centímetro cúbico. As variações na coroa solar devida rotação do Sol e sua atividade magnética tornam o vento solar variável e instável, exercendo influência nos gases ao redor da estrela e planetas próximos a ela. As caudas cometárias, por exemplo, tem sua orientação conduzida pela sua direção que também influi nos campos magnéticos planetários, pois defletem as partículas, impedindo-as de chegar às superfícies dos planetas. A deflexão das partículas do vento solar varia conforme o campo magnético do planeta: quanto maior a intensidade magnética, tanto maior o desvio.
http://anomalia.magnetica.atlantico.sul.googlepages.com/
ADEMA - Associação de Defesa ao Meio Ambiente
Av. Presidente Castelo Branco, 3806 - Sala 1203
UMUARAMA - PARANÁ