A exploração dos recursos naturais é resultado do padrão capitalista de produção e consumo
e não conhece limites. Hoje o sinônimo de
felicidade, na grande parte da sociedade atual
é o ato de possuir ou consumir.
O planeta não tem recursos para que todos
consumam de acordo com este padrão vigente
e assim a crise ambiental que por vezes se impõe
ante o social e o econômico, inviabiliza o tão
sonhado desenvolvimento sustentável,
escreve Ermínia Muratto.
Segundo Henrique Cortez, que destaca o
conceito base: “Compreendemos
desenvolvimento sustentável como
sendo socialmente justo, economicamente
inclusivo e ambientalmente responsável.
Se não for assim não é sustentável.
Aliás, também não é desenvolvimento.
É apenas um processo exploratório,
irresponsável e ganancioso, que atende
a uma minoria poderosa,rica e
politicamente influente.”
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Figura 1 - Bosque Xetá – Umuarama - AEANOPAR |
As cidades incharam, e de 1940 a 2010
a proporção da população brasileira vivendo
nestas cidades passou de 31% a 84% e
atualmente cerca de 160 milhões de residentes
urbanos acarretou num dos processos
mais intensos de urbanização corridos
no mundo durante o século XX.
Os indicativos do estado de emergência,
que o meio ambiente denuncia, estão
demonstrados na pesquisa realizada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE, que ainda em 2002
mostrou que 60% dos municípios brasileiros
apresentavam assoreamento dos cursos d’água
(70% com desmatamento das matas ciliares
e 56% com erosão e deslizamentos de encostas),
74% despejam esgotos domésticos nos
cursos d’água, 63% apresentavam contaminação
do solo por uso de agrotóxicos, esgotos domésticos
e chorume. Mais de 90% dos municípios brasileiros
sofrem com a ocorrência de impactos
ambientais, de acordo com a
Pesquisa de Informações Municipais 2008.
Comparando-se os dados da Munic 2008
com os coletados pelo Suplemento de
Meio Ambiente da Munic 2002,
observa-se que se manteve praticamente
igual a incidência de assoreamento de
corpos d’água (52,9% e 53,0% dos
municípios, respectivamente), poluição
do ar (22,0% e 22,2%) e degradação
de áreas legalmente protegidas
(20,2% e 21,6%). Problemas de poluição
da água aumentaram sua ocorrência
(38,1% em 2002 e 41,7% em 2008).
A desvalorização da terra rural
sem uma adequada proposta de reforma
agrária, intensificou o êxodo e a
oferta de mão de obra barata para o
processo de industrialização nas cidades.
Com força de trabalho barata,
excluída de políticas públicas e do
mercado formal residencial capitalista,
foram obrigados a construir suas
próprias moradias e até seus próprios
bairros nas cidades.
A urbanização informal, baseada nos
baixos salários faz surgir nas
metrópoles a cidade construída
ilegalmente pelas próprias mãos de
seus moradores, sem o acompanhamento
técnico, sem os alvarás de construção
e localizadas em áreas de risco ou fundos
de vales, colocando em risco a própria população.
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