sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A CRISE AMBIENTAL E AS CIDADES INFORMAIS.

Eng. Felomena Sandri - ADEMA

A exploração dos recursos naturais é resultado 
do padrão capitalista de produção e consumo 
e não conhece limites. Hoje o sinônimo de 
felicidade, na grande parte da sociedade atual 
é o ato de possuir ou consumir. 

O planeta não tem recursos para que todos
consumam de acordo com este padrão vigente 
e assim a crise ambiental que por vezes se impõe
 ante o social e o econômico, inviabiliza o tão
 sonhado desenvolvimento sustentável, 
escreve Ermínia Muratto.

Segundo Henrique Cortez, que destaca o 
conceito base: Compreendemos
desenvolvimento sustentável como 
sendo socialmente justo, economicamente 
inclusivo e ambientalmente responsável. 


Se não for assim não é sustentável. 
Aliás, também não é desenvolvimento. 
É apenas um processo exploratório, 
irresponsável e ganancioso, que atende 
a uma minoria poderosa,rica e
 politicamente influente.
  

Figura 1 - Bosque Xetá – Umuarama - AEANOPAR


As cidades incharam, e de  1940 a 2010 
a proporção da população brasileira vivendo
 nestas cidades passou de 31% a 84% e
 atualmente cerca de 160 milhões de residentes 
urbanos acarretou num dos processos 
mais intensos de urbanização corridos 
no mundo durante o século XX.

Os indicativos do estado de emergência, 

que o meio ambiente denuncia, estão
demonstrados na pesquisa realizada pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística – IBGE, que ainda em 2002 
mostrou que 60% dos municípios brasileiros 
apresentavam assoreamento dos cursos d’água
 (70% com desmatamento das matas ciliares 
e 56% com erosão e deslizamentos de encostas), 
74% despejam esgotos domésticos nos 
cursos d’água, 63% apresentavam contaminação 
do solo por uso de agrotóxicos, esgotos domésticos
 e chorume. Mais de 90% dos municípios brasileiros
sofrem com a ocorrência de impactos 
ambientais, de acordo com a 
Pesquisa de Informações Municipais 2008.


Comparando-se os dados da Munic 2008 
com os coletados pelo Suplemento de 
Meio Ambiente da Munic 2002, 
observa-se que se manteve praticamente
igual a incidência de assoreamento de 
corpos d’água (52,9% e 53,0% dos 
municípios, respectivamente), poluição 
do ar (22,0% e 22,2%) e degradação 
de áreas legalmente protegidas 
(20,2% e 21,6%). Problemas de poluição 
da água aumentaram sua ocorrência
 (38,1% em 2002 e 41,7% em 2008).


A desvalorização da terra rural 
sem uma adequada proposta de reforma 
agrária, intensificou o êxodo e a 
oferta de mão de obra barata para o 
processo de industrialização nas cidades. 
Com força de trabalho barata, 
excluída de políticas públicas e do 
mercado formal residencial capitalista, 
foram obrigados a construir suas 
próprias moradias e até seus próprios 
bairros nas cidades.

A urbanização informal,  baseada nos 
baixos salários faz surgir nas 
metrópoles a cidade  construída 
ilegalmente pelas próprias mãos de 
seus moradores, sem o acompanhamento 
técnico, sem  os alvarás de construção  
e localizadas em áreas de risco ou fundos 
de vales, colocando em risco a própria população.